Apesar da pandemia e das crises geopolítica e econômica, as empresas continuaram a priorizar relatórios ESG
O Fórum Econômico Mundial publicou no dia 22 uma nova rodada de estudos de caso de empresas que aderiram às normas do Stakeholder Capitalism Metrics (Métricas de Capitalismo das Partes Interessadas, em português). O estudo revelou que os relatórios ESG estão impulsionando uma transformação corporativa nas empresas globais, principalmente em iniciativas de sustentabilidade e na cultura empresarial.
As seis empresas analisadas – Ecopetrol, Heineken, JLL, Philips, Sabic e Schneider Electric – passaram a adotar comportamentos mais sustentáveis em suas agendas, como novas estratégias do controle de uso de água e metas de biodiversidade, segundo o Fórum.
“Estamos felizes que o suporte continue a crescer para esse conjunto de métricas, mesmo diante dos desafios geopolíticos, da pandemia global persistente e das interrupções econômicas dos últimos dois anos”, disse Emily Bayley, chefe de engajamento do setor privado ESG do Fórum Econômico Mundial, em comunicado à imprensa.
O estudo também aponta que, apesar dos avanços de critérios ESG nas corporações, elas precisam lidar com requisitos de relatórios que variam em diferentes países.
Impactos ESG das corporações
O trabalho do Fórum Econômico Mundial analisou os relatórios das seis empresas e avaliou como, e se, eles indicaram mudanças corporativas, internamente e externamente. Veja um resumo.
Ecopetrol – Os stakeholders informaram à Ecopetrol que seu relatório era muito longo. As principais métricas do Fórum Econômico Mundial ajudaram a empresa a se concentrar em relatar os tópicos mais relevantes e que gerarão valor.
Heinken – As métricas vão além de ESG para capturar métricas comerciais sobre emprego, contribuição econômica, investimento e impostos. Isso fornece “um painel anual de dados comparáveis sobre sustentabilidade e prosperidade que nos fornecerá um instantâneo de quão saudável é nossa empresa”.
JLL –A métrica central de consumo e captação de água em áreas com escassez de recursos naturais levou a empresa a incentivar suas equipes e clientes a criarem planos e metas de gestão de água, podendo até influenciar onde a empresa aluga escritórios no futuro.
Philips –A empresa apresentou relatórios precisos sobre os impactos ambientais e sociais de suas operações, segundo o Fórum. Por exemplo, a métrica de circularidade de recursos aponta os clientes para os produtos mais impactantes do mercado e impulsiona a agenda de inovação da empresa para projetar soluções mais sustentáveis.
Sabic – Os relatórios feitos com as regras do Stakeholder Capitalism Metrics aumentaram o valor da transparência dentro da empresa, levando a conversas e progressos em questões difíceis.
Schneider Electric –A métrica sobre uso da terra e sensibilidade ecológica contribuiu para uma nova abordagem da Schneider à biodiversidade. A multinacional adaptou seus relatórios e pediu a todas as áreas que estabelecessem planos de ação específicos para a biodiversidade.
Cenário de regulamento ESG
Segundo o Fórum Econômico Mundial, é fundamental que os requisitos de relatórios da União Europeia, da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos e da International Financial Reporting Standards (IFRS) estejam alinhados para garantir a eficiência dos relatórios ESG das empresas em todos os países.
Outra observação do estudo é que conforme os relatórios ESG se tornem obrigatórios, os reguladores e os advogados internos devem garantir que as corporações sejam transparentes diante dos assuntos de sustentabilidade e de outros critérios ESG.
“À medida que esse crescimento continua e as jurisdições passam de padrões de relatórios de sustentabilidade voluntários para obrigatórios, esperamos que esses aprendizados possam fornecer informações valiosas para empresas que estão apenas começando a elaborar relatórios de sustentabilidade e para aquelas que o fazem há anos”, Emily conclui.
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