Organizações ambientais consideram a proibição insuficiente
Estima-se que 2,7 bilhões de facas, garfos, copos e pratos descartáveis sejam usados na Inglaterra todos os anos. A maioria deles é feita de plástico. Se estivessem juntos, dariam a volta ao mundo mais de oito vezes. O grande problema é que apenas 10% deles são reciclados. Recentemente, a secretária de Estado do Meio Ambiente do Reino Unido, Thérèse Coffey, anunciou a proibição de produtos plásticos descartáveis, que entrará em vigor a partir de outubro.
A partir de outubro deste ano, serão proibidos pratos, copos, talheres, tigelas e bandejas de plástico de uso único. O mesmo se aplica a copos de poliestireno (por exemplo, copos de máquinas de venda automática) e certas embalagens de alimentos – exceto embalagens para refeições prontas. No futuro, esses produtos não poderão ser vendidos nem usados em pontos de venda, lanchonetes ou restaurantes.
A organização ambiental Greenpeace critica as isenções e considera a proibição insuficiente. Já a organização A Plastic Planet apela a novas medidas. Ambas também querem a proibição de pequenas embalagens plásticas para porções, como ketchup, molho de soja ou produtos cosméticos.
Fabricantes devem pagar pela limpeza
A União Europeia já promulgou uma proibição semelhante em 2019, que proíbe a produção de produtos plásticos descartáveis, como canudos de plástico, cotonetes, palitos de balão e embalagens de fast-food feitas de isopor.
De acordo com a diretiva para evitar produtos de plástico de uso único, todas as garrafas de plástico também devem ser feitas com pelo menos 30% de material reciclado a partir de 2023. Além disso, produtos descartáveis particularmente prejudiciais ao meio ambiente (filtros de cigarro, balões e produtos de higiene com conteúdo de plástico) devem ser rotulados. O objetivo é combater a poluição do ambiente e, sobretudo, a poluição dos oceanos.
A proibição também recai sobre os fabricantes de produtos de plástico, como filtro de cigarro, redes de pesca e sacolas plásticas. Agora, eles devem contribuir com os custos da limpeza ambiental.
A cada minuto, um caminhão carregando plástico chega ao mar
Os produtos feitos de plástico são extremamente duráveis, degradam-se muito lentamente e, na maioria das vezes, de forma incompleta. Eles geralmente acabam como microplásticos nos oceanos. Se não houver mudança na forma como lidamos com produtos plásticos descartáveis, haverá mais de 12 bilhões de toneladas de plástico no meio ambiente até 2050, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
Organizações ambientais, como a Greenpeace, estimam que o equivalente a um caminhão carregando plástico acaba no oceano a cada minuto. Muito disso são produtos plásticos descartáveis. Se isso continuar, haverá mais plástico do que peixes no mar até 2030.
Este texto foi republicado de Scoope.me sob uma licença Creative Commons. Leia o original em inglês.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
- Mais mulheres nas empresas: lei garante representatividade nos cargos de liderançaNova lei exige presença de pelo menos duas mulheres na alta direção de empresas estatais
- Eucalipto no Cerrado seca nascentes e expulsa pequenos produtoresAvanço descontrolado de eucalipto no Cerrado está secando nascentes, empobrecendo agricultores e inviabilizando agricultura de subsistência
- Planeta está ficando sem tempo para evitar impactos da crise ambientalPrecisamos parar de queimar combustíveis fósseis e tomar medidas urgentes para reduzir o aquecimento global
- Florestas e cidades são frente comum na luta pelo climaO destino das florestas e das cidades é inseparável: superar o abismo entre essas esferas é essencial para alcançar metas climáticas globais
- Demanda por carros elétricos na Europa impulsiona desmatamentoDemanda da União Europeia por veículos elétricos pode levar ao desmatamento de 118 mil hectares em países fornecedores de minerais críticos
- Empresas brasileiras investem pouco e sem transparência em ações de segurança alimentarPesquisa analisou ações de filantropia das 150 maiores empresas do país; apenas 98 realizaram ao menos uma ação relacionada ao combate à fome
- Empresas brasileiras prosperam com conceito de economia circularProduzir a partir de uma lógica regenerativa é o conceito por trás da economia circular
- O futuro do hidrogênio verde no BrasilA rede elétrica nacional oferece uma vantagem estratégica ainda não plenamente reconhecida nas diretrizes atuais
- COP30: oportunidade brasileira de exigir justiça climáticaMitigar e adaptar as populações vulneráveis às mudanças climáticas nada mais é do que justiça climática
- Geração de energia no Brasil vive encruzilhadaA eficiência na geração elétrica não é mais uma escolha técnica, mas uma prioridade diante da crise climática global
Insights no seu e-mail
Um resumo da revista ESG Insights, além de notícias e outros conteúdos sobre sustentabilidade. Grátis no seu e-mail.