Novas métricas acompanham o avanço em questões sociais nas empresas, incluindo licença-maternidade, tratamentos de fertilidade, e protocolos de assédio sexual
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) lançou, na semana passada, uma iniciativa para ajudar as empresas a melhorar a qualidade de vida de seus funcionários usando indicadores ESG de saúde sexual e reprodutiva.
Apresentado no documento Avançando a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos no setor privado, o projeto inclui uma série de novas métricas ESG que servem como indicadores de desempenho para avaliar os esforços das organizações em proteger a saúde sexual e reprodutiva de seus funcionários.
Esses indicadores, elaborados em conjunto com a Accenture, medem o sucesso das companhias em uma série de aspectos, incluindo a prevenção do assédio sexual no local de trabalho e o apoio às metas de planejamento familiar dos funcionários.
- ESG Insights no seu e-mail – Grátis: nossa newsletter traz um resumo da edição mais recente da revista ESG Insights, além de notícias, artigos e outras informações sobre sustentabilidade.
Saúde das mulheres como pauta de inclusão e equidade
“As mulheres representam quase 40% da força de trabalho global. No entanto, o local de trabalho não foi planejado com uma mulher em mente”, disse a diretora executiva do UNFPA, Natalia Kanem, em comunicado à imprensa. “Investir na saúde e no bem-estar das mulheres não é apenas a coisa certa a fazer, é também bom para os negócios. Quando o local de trabalho funciona para as mulheres, tende a funcionar para todos.”
Segundo o UNFPA, pesquisas mostram que priorizar os direitos reprodutivos dos funcionários não é apenas socialmente responsável, mas também lucrativo. Isso pode também aumentar a frequência no local de trabalho em mais de 60%, reduzir a rotatividade de funcionários em quase um quarto e aumentar a produtividade geral em mais de 20%, afirma a agência da ONU.
O apoio financeiro para tratamentos de fertilidade, barriga de aluguel, adoção e congelamento de óvulos pode aumentar as escolhas das mulheres e ajudá-las a prosperar no local de trabalho, enquanto a licença parental remunerada expandida pode ajudar a atrair trabalhadores mais jovens.
Não existe uma abordagem única para proteger a saúde sexual e reprodutiva dos funcionários. Medir e acompanhar o progresso nesses novos indicadores permite que as empresas adaptem seus programas e protocolos de equipe para serem mais eficazes, seja aprimorando medidas para prevenir e abordar a violência sexual no local de trabalho, seja implementando políticas favoráveis à família e ao parto.
Coalizão pela Justiça Reprodutiva nos Negócios
O UNFPA está por trás, também, da Coalizão pela Justiça Reprodutiva nos Negócios no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, em janeiro de 2023. A iniciativa é projetada para incentivar e apoiar o setor privado a melhorar a saúde sexual e reprodutiva de seus funcionários e fornece uma plataforma para compartilhar estratégias para atender às diversas necessidades da equipe.
Leia na íntegra o documento Avançando a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos no setor privado (em inglês).
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
- Planeta descartadoLógica do fast fashion incentiva uma cultura de hiperconsumo e descarte: elementos incompatíveis com o futuro
- Pra que tanta roupa?Ações não têm sido capazes de frear o avanço do hiperconsumo e seu dano ambiental
- Planeta está próximo de ultrapassar limite de aquecimento de 1,5º CO limite de temperatura estabelecido pelo Acordo de Paris em 2015 está ficando para trás
- Painéis solares colocam espécies em risco na CaatingaA área possui centenas de espécies animais e vegetais da Caatinga, além de nascentes que alimentam afluentes do Rio São Francisco
- Brasil mira descarbonização, mas segue subsidiando combustíveis fósseisInvestimentos diretos na extração de petróleo e gás continuam na casa dos bilhões
- Falas de Trump sobre combustíveis fósseis apontam para um “inferno climático”Promessas do presidente dos EUA vão contra as medidas necessárias para mitigar as mudanças climáticas
- Desastres climáticos no Brasil aumentaram 460% em relação aos anos 1990Estudo analisou dados de 1991 a 2023 e constatou que cada aumento em 0,1 °C na temperatura média global do ar provocou 360 novos registros de desastres climáticos no país
- Crise climática condena uma geração inteira a nascer e viver sob calor extremoMesmo em um cenário otimista quanto às metas do Acordo de Paris, uma geração inteira ainda terá de viver sob extremos climáticos
- Conferências sobre o clima: muitas metas e pouco progressoReuniões e documentos cheios de boas intenções se sucedem desde 1972, enquanto seguimos sofrendo com os efeitos das mudanças climáticas
- Projeto de cosméticos sustentáveis assegura renda a comunidades na AmazôniaO Projeto Cosméticos Sustentáveis da Amazônia congrega 19 associações de produtores focadas na extração da biodiversidade amazônica