Acorda, planeta

Bem-vindo a 2020. Ou a 2018. Talvez 1920… O fato é que 2025 marca “oficialmente” o retorno do planeta a tempos esquisitos, tenebrosos. Tempos de “cada um por si e ninguém por todos”. Tempos de pensar no próprio umbigo, sem olhar o vizinho, sem considerar outras nações ou outras culturas.

Se o fenômeno ESG ganhou muito espaço a partir do final da década passada, já há alguns anos vinha sofrendo de crises existenciais, em particular pela ofensiva contra a (pejorativamente) chamada agenda woke. Do inglês “acordar” ou “despertar”, o woke sintetizou o crescimento do interesse por pautas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) nas empresas. Por extensão, também é usado para se referir à preocupação com temas de clima e sustentabilidade.

De repente, saímos da era woke. Na verdade, parece que estamos retrocedendo à era dos sleepers (adormecidos). Esses dorminhocos que só pensam em defender os amigos (os parças são sempre homens brancos, bem entendido) e em acumular seu próximo trilhão de dólares.

Se há algo de positivo nisso tudo, é que conseguimos separar o joio do trigo. Empresas que aderiram ao DEI e outras práticas sustentáveis por puro modismo ou interesse de marketing estão rapidamente pulando fora. Mas as companhias que têm tradição e pensam de verdade no assunto – e que já investiam antes de se tornar popular – permanecem fiéis aos preceitos ESG.

Resumindo, em menos de uma década o ESG foi de tema de poucos para mainstream – e agora parece voltar a ser de interesse de apenas alguns. Enquanto isso, o planeta esquenta…

Será preciso acordar de novo. Mas em outros termos. Menos oba-oba. Mais ações. Também mais rigor da sociedade em acompanhar os resultados sociais e ambientais das companhias, seja por instrumentos de pressão coletiva, seja por meio de leis e regulamentações.

ESG Insights nasceu no início de 2020 como o primeiro site brasileiro dedicado ao tema e tem levado adiante esse tipo de debate desde então. Em 2025, ao completar cinco anos, decidimos ir além, buscando promover uma discussão mais aprofundada dos assuntos. Essa estratégia se consolida na criação do modelo de revista, com duas edições anuais. Aqui, podemos dedicar mais tempo e esforços para pensar no futuro do planeta, com o apoio de informações e análises precisas.

Por isso, convidamos cada um a acordar de novo. Sem hype, mas com muita ação – e rapidamente, porque o termômetro não espera!

ÚLTIMAS NOTÍCIAS
  • Afundando nas sobras
    No dumpster diving, descarte de roupas feito pelas lojas tem outro destino: o guarda-roupa
  • Germes de segunda mão
    Roupas de brechó podem estar cheias de germes; veja o que é preciso saber
  • Reinventando o futuro
    Alternativas ao fast fashion visam garantir sustentabilidade e dignidade nas relações humanas
  • Um lookinho por segundo
    TikTok impulsiona tendências no fast fashion e favorece o consumo exacerbado
  • A um clique do consumo
    Crescimento do comércio on-line estimula vendas por impulso e eleva participação do setor de moda no PIB
  • Escravos da moda
    Do outro lado do mundo, ou em uma esquina perto de você, o trabalho forçado é usado para produzir os itens do seu armário
  • Planeta descartado
    Lógica do fast fashion incentiva uma cultura de hiperconsumo e descarte: elementos incompatíveis com o futuro
  • Pra que tanta roupa?
    Ações não têm sido capazes de frear o avanço do hiperconsumo e seu dano ambiental
  • Planeta está próximo de ultrapassar limite de aquecimento de 1,5º C 
    O limite de temperatura estabelecido pelo Acordo de Paris em 2015 está ficando para trás
  • Painéis solares colocam espécies em risco na Caatinga
    A área possui centenas de espécies animais e vegetais da Caatinga, além de nascentes que alimentam afluentes do Rio São Francisco


Insights no seu e-mail

Um resumo da revista ESG Insights, além de notícias e outros conteúdos sobre sustentabilidade. Grátis no seu e-mail.