Categorias
Factiva iG Tudo sobre ESG

Observatório da UE diz que 2024 pode ser o ano mais quente da história

Megaincêndios na Califórnia: efeitos do aquecimento global (Foto: CAL FIRE Official/Creative Commons)

Julho teve aquecimento ligeiramente inferior ao mesmo mês do ano passado, mas acumulado do ano será o pior, prevê Copernicus

POR RÁDIO FRANÇA INTERNACIONAL

O observatório europeu Copernicus revelou que é “cada vez mais provável” que 2024 seja o ano mais quente alguma vez registado. Ainda que julho tenha sido um pouco menos quente que no ano passado, “o contexto geral não mudou” porque “o clima continua a aquecer”, com novos recordes de temperatura na Grécia e no Japão e uma vaga de calor que provocou 21 mortos em 24 horas em Marrocos.

O boletim mensal do observatório europeu Copernicus sublinhou que em julho a temperatura média foi de 16,91 graus Celsius, apenas 0,04 °C inferior ao anterior recorde de julho do ano passado. Porém, ainda que julho tenha sido um pouco menos quente do que o mesmo mês no ano passado, é “cada vez mais provável” que este seja o ano mais quente alguma vez registado.

Desde janeiro, a temperatura média global à superfície da Terra está 0,27 °C mais quente do que no mesmo período de 2023 e seria necessário um declínio acentuado até dezembro para que 2024 terminasse abaixo do ano passado. “Isso raramente aconteceu” desde o início das medições, “o que torna cada vez mais provável que 2024 seja o ano mais quente de que há registo”, de acordo com o observatório.

Clima continua a aquecer

O Copernicus alerta que “o contexto geral não mudou” porque “o clima continua a aquecer” e ainda que julho tenha sido menos quente que no ano passado, foi apenas por um triz. Nesse mês houve novos recordes de temperatura na Grécia e no Japão e houve uma onda de calor que provocou 21 mortos em 24 horas em Marrocos, onde se registaram 48 °C.

O calor foi particularmente elevado no oeste dos Estados Unidos e no Canadá, na maior parte de África, no Médio Oriente e na Ásia, bem como no leste da Antártica e na Europa.

  • ESG Insights no seu e-mail – Grátis: nossa newsletter traz um resumo da edição mais recente da revista ESG Insights, além de notícias, artigos e outras informações sobre sustentabilidade.

Em julho, outras consequências das mudanças climáticas foram as inundações recorde no Paquistão e na China, o furacão Beryl que atingiu o Caribe e os Estados Unidos, aluimentos de terra mortais no estado de Kerala, na Índia, e os megaincêndios na Califórnia, no sudoeste dos Estados Unidos.

Ainda no mês passado, o mundo bateu o recorde do dia mais quente alguma vez registado a 22 e 23 de julho.

Por outro lado, os oceanos, que absorvem 90% do excesso de calor gerado pelas atividades humanas, continuam a sobreaquecer.

© RFI, 2024.

Foto: CAL FIRE Official/Creative Commons
Megaincêndios na Califórnia: efeitos do aquecimento global

 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS
  • Afundando nas sobras
    No dumpster diving, descarte de roupas feito pelas lojas tem outro destino: o guarda-roupa
  • Germes de segunda mão
    Roupas de brechó podem estar cheias de germes; veja o que é preciso saber
  • Reinventando o futuro
    Alternativas ao fast fashion visam garantir sustentabilidade e dignidade nas relações humanas
  • Um lookinho por segundo
    TikTok impulsiona tendências no fast fashion e favorece o consumo exacerbado
  • A um clique do consumo
    Crescimento do comércio on-line estimula vendas por impulso e eleva participação do setor de moda no PIB
  • Escravos da moda
    Do outro lado do mundo, ou em uma esquina perto de você, o trabalho forçado é usado para produzir os itens do seu armário
  • Planeta descartado
    Lógica do fast fashion incentiva uma cultura de hiperconsumo e descarte: elementos incompatíveis com o futuro
  • Pra que tanta roupa?
    Ações não têm sido capazes de frear o avanço do hiperconsumo e seu dano ambiental
  • Planeta está próximo de ultrapassar limite de aquecimento de 1,5º C 
    O limite de temperatura estabelecido pelo Acordo de Paris em 2015 está ficando para trás
  • Painéis solares colocam espécies em risco na Caatinga
    A área possui centenas de espécies animais e vegetais da Caatinga, além de nascentes que alimentam afluentes do Rio São Francisco