Entenda como a implementação de uma agenda ESG pelos gestores pode trazer benefícios para a cultura organizacional das companhias
POR BÁRBARA VETOS
Diante de um contexto de mudanças climáticas e sociais, as lideranças têm a obrigação de impulsionar as empresas para adoção de conceitos e práticas da agenda ESG. Segundo Ricardo Drummond, CEO da Qualifica Cursos Educação Móvel, os CEOs devem ser responsáveis por garantir a resiliência e a continuidade dos negócios em um cenário de crescente incerteza ambiental. “Vivemos o suficiente para entender que o papel de uma liderança ESG é de fomento à consciência coletiva.”
Um estudo global realizado pela Ernst & Young (EY) mostrou que 87% dos mais de 500 executivos C-level do ranking da Fortune 1000 entrevistados acreditam que questões de sustentabilidade e ESG são essenciais para os negócios e determinantes a longo prazo.
Mas o que diferencia um líder ESG de um líder que não tem essas questões como foco? É claro que existem competências comuns entre eles. Te ruma atuação guiada pelos critérios sociais, ambientais e de governança implica em uma série de habilidades que devem ser adotadas para que a gestão seja, de fato, transformadora, e não apenas uma fachada.
“Um líder orientado por ESG foca nas pessoas e, por meio do desempenho delas, tem condições de atingir os resultados corporativos, assim como considera o impacto social e ambiental de suas decisões”, explica o CEO.
De acordo com Drummond, desenvolver essas aptidões melhora a reputação da empresa e cria valor a longo prazo, ajudando a mitigar riscos e aproveitar novas oportunidades de mercado. “Enxergar o mundo para além da esfera empresarial traz inúmeros benefícios para os negócios, porque existe a consciência sobre os riscos e deveres da empresa, levando a estratégias de precaução e previsibilidade.”
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Principais competências de um líder ESG e como desenvolvê-las
O profissional defende que é impossível desenvolver competências e habilidades a partir da liderança ESG sem compreender o real sentido por trás da agenda. “A virada de chave está na forma como enxergamos o mundo, e esse prisma deve ser sistêmico.” Nesse contexto, Drummond traz algumas das principais competências a serem desenvolvidas por uma liderança ESG.
- Visão estratégica.
- Empatia.
- Inovação.
- Entendimento dos princípios de sustentabilidade.
- Comunicação e negociação.
- Promoção de cultura organizacional baseada em ética, transparência e responsabilidade social.
Essas habilidades podem ser desenvolvidas por meio de programas de treinamento específicos, mentorias e experiências práticas em projetos de sustentabilidade. Também por meio de cursos livres, de extensão e especialização. “É vital que líderes se envolvam continuamente em processos de aprendizagem, participando de workshops, conferências e redes de profissionais ESG”, ressalta o CEO.
Para um gestor que deseja se aprofundar na temática ESG, ele recomenda que comece se educando sobre os princípios e práticas de sustentabilidade, além de dar início a pequenas iniciativas dentro da empresa.
Práticas e impactos da agenda ESG
Entre os pilares ESG, que incluem governança ética, responsabilidade social e sustentabilidade ambiental, Drummond aponta que as empresas devem adotar metas claras de sustentabilidade, relatórios transparentes de desempenho ESG e políticas de inclusão e diversidade.
Ele acrescenta que outras iniciativas como implementação de programas de desenvolvimento de talentos focados em habilidades sustentáveis, e o engajamento ativo com comunidades locais e stakeholders também são importantes.
O papel da liderança também se estende a mitigação dos impactos das mudanças climáticas, por meio de práticas empresariais que reduzem emissões de carbono, aumentam a eficiência energética e fomentam a utilização de recursos renováveis. “A liderança ESG é uma metodologia do futuro”, afirma o CEO.
Segundo ele, entre os benefícios que a adoção dessas medidas promove estão maior resiliência empresarial, melhor gestão de riscos, fortalecimento da marca, e aumento da lealdade dos clientes e empregados. Além disso, “práticas ESG podem levar a economias de custos operacionais e a atração de investidores que priorizam o equilíbrio dos aspectos ambiental, social e de governança na gestão dos negócios”.
Plano de Desenvolvimento Individual (PDI)
Nesse contexto, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) surge como uma forma de influenciar no desenvolvimento de carreira de uma liderança ESG. Segundo Drummond, o PDI é uma ferramenta para o crescimento pessoal e profissional dos colaboradores, que impulsiona a performance e os resultados das empresas.
“Ao ser adotado, a empresa demonstra o compromisso com o incentivo e apoio para a construção de uma cultura organizacional sólida, baseada no aprendizado e na melhoria contínua”, explica. A iniciativa também contribui para que as metas individuais estejam alinhadas com os objetivos da empresa. Especificamente sobre ESG, Drummond enfatiza que o PDI dos líderes corporativos pode incluir cursos específicos sobre sustentabilidade, certificações em responsabilidade social, e participação em redes e comunidades.
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