Bolsa de valores anuncia reformulação na avaliação de empresas com as melhores práticas ESG
O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) acaba de passar por uma reformulação metodológica. A mudança foi anunciada nesta terça-feira, dia 20, pela bolsa de valores B3, responsável pela mudança.
O ISE, desenvolvido em 2005, permite mapear quais as empresas de capital aberto mais avançadas na agenda ESG (sigla em inglês para práticas ambientais, sociais e de governança). A revisão do índice propõe tornar as informações mais transparentes para os investidores, além de permitir uma análise mais aprofundada das práticas socioambientais.
Para concorrer a uma posição na carteira do ISE, a empresa precisa responder a um questionário elaborado com o objetivo de avaliar suas iniciativas de sustentabilidade. Quanto maior a pontuação ESG, mais relevante será o índice da companhia.
Vantagens para investidores e empresas
Indicadores de sustentabilidade auxiliam investidores que levam em consideração o ESG das empresas, facilitando a tomada de decisões. Por outro lado, o índice tem o papel de estimular as empresas a avançarem em suas práticas sustentáveis, como observa Ana Buchaim, diretora-executiva de Pessoas, Marketing, Comunicação e Sustentabilidade da B3.
Com a reformulação do ISE, os investidores terão acesso à pontuação e às respostas das empresas, inclusive aquelas que não foram selecionadas para compor a carteira. A pesquisa de companhias poderá ser feita por dimensão e tema.
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Já para as empresas, o questionário sobre ESG será simplificado e reduzido em cerca de 40%, com o objetivo de facilitar a participação. A mudança ocorre devido à combinação de tópicos similares e eliminação de questões inconclusivas.
Todas as inscrições passaram a ser gratuitas para as empresas. Além disso, não há mais quantidade máxima de companhias permitidas no ISE. As companhias já podem se inscrever no site www.iseb3.com.br.
Critérios da nova metodologia
Para a reformulação da metodologia, foram ouvidas demandas e sugestões de investidores, empresários e analistas. Além dos especialistas, uma consulta pública resultou na incorporação de 55% das 1.278 contribuições recebidas.
O novo questionário avaliará como as empresas estão posicionadas nos pilares ESG, considerando seis dimensões alinhadas a padrões internacionais: Capital Humano, Governança Corporativa e Alta Gestão, Modelo de Negócio e Inovação, Capital Social, Meio Ambiente e Mudança de Clima.
Em relação à dimensão climática, a nova metodologia incorporou o CDP (Carbon Disclosure Project). Trata-se de um critério ESG consolidado internacionalmente, que questiona as empresas sobre políticas relacionadas a mudanças climáticas. Outro critério levado em conta é o RepRisk, que gera um indicador de risco reputacional para as companhias e representa um fator de eliminação.
Para que a empresa seja elegível para a carteira, precisa ter nota C ou acima, no questionário do CDP. Já para o índice RepRisk, a pontuação precisa ser 50 ou abaixo, nos últimos dois anos.
A reformulação da metodologia tem o objetivo de trazer mais destaque às empresas que incorporam a sustentabilidade, colocando-as em vantagem no mercado de investimentos.
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