Levantamento da Amcham contou com a participação de 574 empresários e discutiu a implementação das questões ESG
A Amcham Brasil, em parceria com a Humanizadas, lançou o Panorama ESG Brasil 2023, aplicado entre 24 de março e 6 de abril. A pesquisa envolveu executivos e executivas, majoritariamente de grandes e médias empresas (70%), que atuam nas áreas de sustentabilidade, gestão de pessoas e administração. Juntas, são responsáveis por quase meio milhão de empregos diretos e por um faturamento de R$ 762 bilhões anuais.
Quando questionados sobre quem deve liderar a agenda ESG, a maioria dos participantes indicou a responsabilidade de CEOs, presidentes e vice-presidentes de empresas (82%) e do governo (69%). Também foram citados os bancos e fundos de investimentos (51%), ONGs e associações (49%), diretores (47%) e conselheiros (43%).
A pesquisa aponta a importância da capacitação das lideranças e colaboradores das organizações (48%) como o principal fator de sucesso. Também identifica a importância de ações de conscientização (47%) e do desenvolvimento de uma cultura forte de sustentabilidade (43%). Para isso, ressalta a necessidade de previsão de orçamento dedicado para investimentos em iniciativas ESG (40%).
Estágio em que as empresas se encontram no ESG
Das empresas analisadas, 47% são referência de mercado ou estão adotando práticas ESG. Assim como 31% dos participantes planejam implementar essas medidas.
O estudo revela que 62% possuem familiaridade com ações e estratégias ESG. Enquanto 42% indicam ter experiência e/ou conhecimento razoável sobre essa pauta, outros 20% já se consideram detentores de ampla experiência e/ou conhecimento. Contudo, 32% ainda possuem dúvidas sobre alguns aspectos relacionados ao tema.
Os principais desafios estão relacionados a dificuldade de mensurar e monitorar indicadores ESG (38%), ausência de uma cultura forte de sustentabilidade (32%), falta de recursos financeiros para investimentos (27%) e falta de conhecimento interno (27%).
Por que adotar a agenda ESG?
Entre os motivos apontados para incorporar práticas ESG estão fortalecimento da reputação (61%), impacto positivo em questões socioambientais (57%) e redução de riscos ESG (40%).
Segundo a Amcham, o aprimoramento e conscientização sobre os benefícios das práticas ESG farão com que, gradativamente, as empresas se empenhem e concedam um maior grau de importância às questões socioambientais.
O que tem sido feito, segundo a pesquisa
As principais ações ambientais em curso são práticas de reciclagem e reuso de materiais (46%), otimização dos recursos naturais (45%) e inovação em produtos e serviços. Mas, segundo a pesquisa ESG da Amcham, apenas 25% executam ações para reduzir impactos na biodiversidade e 14% para reduzir emissões de gases do efeito estufa.
Mais da metade das empresas busca capacitar seus colaboradores (62%), desenvolver uma cultura de diversidade e inclusão (58%) e adotar políticas de remuneração justa (51%). Destacam-se a adoção de código de ética e política anticorrupção (54%), de políticas de transparência e governança (47%), bem como de comitês de ESG (30%). Ainda assim, apenas 20% priorizam investimentos a partir de critérios ESG e somente 16% utilizam certificações ou avaliações de rating ESG.
O levantamento indica que, apesar dos avanços já realizados na área, alcançar um patamar de plenitude da agenda ESG no Brasil será um longo processo, com entraves a serem superados.
Clique aqui para conferir a pesquisa completa Panorama ESG Brasil 2023.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
- Desigualdade salarial: líderes negros ganham 34% a menos
Entre todos os trabalhadores, brancos recebem 66% a mais - COP30 repetiu erros e revelou contradições da transição energética
Mobilização de povos amazônicos reforçou a centralidade dos povos originários na defesa dos ecossistemas e na denúncia da crise climática - COP30: entre vitrine climática, finanças e resistência popular
Conferência combinou áreas diplomáticas, estruturas corporativas e espaços da sociedade civil, em uma arquitetura que cada vez mais favorece interesses privados - Transição energética justa deve contemplar pobreza e gênero
Com milhões ainda sem acesso regular à eletricidade na América Latina, a transição energética precisa ser repensada com justiça e democracia - Biocombustíveis perdem espaço para petróleo e energia solar
Análise de isenções fiscais e empréstimos do BNDES mostram privilégio de petróleo e importação de painéis solares - Concessões dos parques: deu ruim
Excessos elitistas desacreditam as concessões de praças e parques em São Paulo. Dá para resolver? - Micro e pequenas empresas seguem ignoradas na agenda climática
Quatro em cada cinco negócios operam sem nenhuma rede de segurança financeira contra desastres - COP30 traz avanços, mas abaixo da expectativa
Acordo final inclui metas de financiamento e métricas de adaptação ao clima, mas sem consenso sobre fósseis, desmatamento e minerais - Por que a COP30 não cumpriu a promessa de ser uma “Cúpula do Povo”
Acordos foram fechados, mas elementos cruciais fizeram falta - Como as empresas podem ajudar as cidades
Parcerias público-privadas são um atalho para a inovação urbana mais rápida e efetiva – desde que os interesses da coletividade sejam sempre respeitados
Insights no seu e-mail
Um resumo da revista ESG Insights, além de notícias e outros conteúdos sobre sustentabilidade. Grátis no seu e-mail.


