Levantamento traz análise sobre impactos positivos e negativos gerados ao meio ambiente em 600 grandes corporações
Entre as empresas do Stoxx 600 – índice europeu composto por 600 corporações de diversos portes de 17 países da Europa –, apenas 15% geram uma ou mais contribuições positivas para o desenvolvimento sustentável. Os baixos índices foram registrados pelo estudo Mission 2030: A False Start? An Analysis of the Stoxx 600’s Contibutions to the SDGs, que avaliou as consequências globais geradas por diferentes ramos da indústria europeia para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Os principais impactos vão desde emissões de gases do efeito estufa às violações dos direitos humanos. A análise é feita com base nos produtos, serviços, práticas e políticas da empresa e em sua contribuição para um ou mais ODS. O estudo também avalia questões importantes para as empresas Stoxx 600, como os riscos relacionados com a água, que foram parcialmente ignoradas até agora, e aponta a falta de consideração pelos stakeholders.
De acordo com o documento, foi constatado que apenas 4% da receita total do Stoxx 600 tem uma contribuição positiva para os ODS. Quase todas as empresas contribuem negativamente ou de forma neutra e não estão conseguindo atenuar esse impacto de maneira eficaz.
Principais focos das empresas que contribuem com os ODS
Entre os 17 ODS, as empresas que contribuem positivamente concentram seus esforços em três deles: energia limpa e acessível (ODS 7, com 39%), saúde e bem-estar (ODS 3, com 25%) e ação climática (ODS 13, com 16%). Os demais objetivos, apesar de urgentes, não estão no centro da discussão.
O estudo demonstra que as empresas ainda têm muito a fazer em termos de reconhecimento das suas contribuições negativas e de responsabilização perante os stakeholders.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
- Erradicação da pobreza: erradicar a pobreza em todas as formas e em todos os lugares.
- Fome zero e agricultura sustentável: erradicar a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável.
- Saúde e bem-estar: garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
- Educação de qualidade: garantir o acesso à educação inclusiva, de qualidade e equitativa, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
- Igualdade de gênero: alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
- Água potável e saneamento: garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para todos.
- Energia limpa e acessível: garantir o acesso a fontes de energia fiáveis, sustentáveis e modernas para todos.
- Trabalho decente e crescimento econômico: promover o crescimento econômico inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho digno para todos.
- Indústria, inovação e infraestrutura: construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.
- Redução das desigualdades: reduzir as desigualdades no interior dos países e entre países.
- Cidades e comunidades sustentáveis: tornar as cidades e comunidades mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis.
- Consumo e produção responsáveis: garantir padrões de consumo e de produção sustentáveis.
- Ação contra a mudança global do clima: adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos.
- Vida na água: conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
- Vida terrestre: proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, travar e reverter a degradação dos solos e travar a perda da biodiversidade.
- Paz, justiça e instituições eficazes: promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas a todos os níveis.
- Parcerias e meios de implementação: reforçar os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
- Agenda ESG: cursos e eventos da semana – 20/5Programação repleta de encontros e premiações que valorizam a pauta ESG nas empresas
- Resumo da semana ESG: home office e solidão, catástrofes climáticas no RS, CPI da BraskemAssuntos relevantes na cobertura ESG da semana
- Ranking reconhece boas práticas de empresas em diversidade e inclusãoAção da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial analisou mais de 75 projetos; Unilever vence em duas categorias
- Má gestão de resíduos sólidos pode influenciar surgimento de epidemiasCrescimento da dengue no Brasil mostra a importância de um controle mais rígido sobre o descarte inadequado
- Solidão é ponto negativo no home office; veja como evitarSegundo a OMS, a solidão aumenta o risco de demência, doença cardiovascular e morte; conhecer sua equipe pode ajudar a contornar problemas no trabalho doméstico
- CPI da Braskem: relatório prevê 14 indiciamentosBraskem sabia da possibilidade de afundamento, diz senador; relatório será votado na próxima semana
- Estatais de energia estão entre as mais poluentes; precificar o carbono pode ajudarSubsídios para energia renovável e impostos sobre o carbono não evitaram aumento de emissões
- Maioria das empresas não mede diferença de salário entre gêneros, diz pesquisaLevantamento da KPMG revela que 67% das empresas não fazem a mensuração da diferença
- A tragédia do Sul e os desafios das cidades frente às mudanças climáticasÉ preciso criar novos modelos de cidades, que levem em conta as chuvas e o uso e ocupação do solo
- Aquecimento global pode ultrapassar 1,5 °C em 2024. O que nos espera?O aumento das temperaturas é um risco para a humanidade, ameaçando alimentação, renda e saúde