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Pesquisa da Unifesp revela o aumento de eventos climáticos extremos no país

Ondas de calor e catástrofes ambientais passaram a ser mais frequentes no Brasil nos últimos 40 anos

Ao longo das últimas quatro décadas, o número de eventos climáticos extremos dobrou no litoral de São Paulo (84%), no Rio Grande do Sul (100%) e quase triplicou no Espírito Santo (188%), região mais afetada pelos fenômenos, segundo estudo publicado no último dia 25. A pesquisa The increase in intensity and frequency of surface air temperature extremes throughout the western South Atlantic coastfoi realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

A coleta de dados foi feita com base no mapeamento da variação de temperatura do ar registrada a cada hora do dia em cinco cidades litorâneas nos últimos 40 anos. A partir dessas regiões, o estudo analisou a amplitude térmica correspondente a cada período. São Luís (MA) e Natal (RN) não apresentaram muita oscilação na variação de temperaturas extremas (altas ou baixas) em relação aos períodos anteriores. Já São Mateus (ES), Iguape (SP) e Rio Grande (RS) registraram um aumento considerável.

Confira o estudo completo The increase in intensity and frequency of surface air temperature extremes throughout the western South Atlantic coast.

Eventos climáticos recentes no Espírito Santo e São Paulo

Com o aumento das ondas de calor e frio nos dois estados, a incidência de problemas causados pelo clima também tem sido mais recorrente. Relembre alguns dos principais fenômenos registrados nos últimos anos:

Em janeiro de 2023, a região sul do estado foi a mais afetada pelas fortes chuvas, resultando em 4.476 desalojados e 39 desabrigados. As principais cidades afetadas foram Mimoso do Sul e Bom Jesus do Norte.

Em dezembro de 2022, chuvas intensas deixaram o estado em alerta. As cidades de Cariacica, Fundão, Viana, Ibiraçu, João Neiva e Aracruz eram as que corriam maiores riscos de deslizamento de terra. O número de desabrigados era de 918, enquanto o de desalojados era de 2.974, segundo a Defesa Civil.

Em Colatina, uma barragem de água se rompeu parcialmente e a população local foi obrigada a deixar suas casas.

Em dezembro de 2022, garota de 5 anos foi soterrada após deslizamento causado pelas fortes chuvas. A casa onde ela morava junto da família, em Ibitirama, foi completamente destruída pela catástrofe. Estado contava com 1.089 desalojados e 364 desabrigados naquele período.

Atrás apenas do Rio de Janeiro, o Espírito Santo apresentava sete áreas com risco de deslizamento de terra ou de bloco rochoso, segundo boletim emitido em dezembro de 2022 pela Defesa Civil.

Em fevereiro de 2023, a cidade de Cachoeiro de Itapemirim registrou 40,1 ºC no domingo, enquanto a sensação térmica alcançava a marca dos 59 ºC, sendo a região mais quente do estado.

Em fevereiro de 2023, o Litoral Norte de São Paulo foi atingindo por fortes chuvas, resultando em enchentes e deslizamentos de terra. Ao todo, foram registradas 65 mortes, além de 2.251 desalojados e 1.815 desabrigados.

A cidade mais afetada pela catástrofe foi São Sebastião, seguida de Ubatuba. Caraguatatuba, Guarujá e Bertioga também tiveram prejuízos.

Em outubro de 2020, os termômetros da cidade de Lins atingiram a marca histórica de 43,5 ºC. Barretos, Ibitinga, Jales, Bauru e Pradópolis também registraram temperaturas extremas.

O novo recorde foi registrado em 2022, após a média da temperatura mínima bater os 7,0 °C. Essa foi considerada a madrugada mais fria do mês de maio na capital.

Em março de 2016, a cidade de São Paulo ficou embaixo d’água após dois dias de chuvas intensas. Francisco Morato, Mariporã, Franco da Rocha, Itapevi, Cajamar, Caieiras, Guarulhos, na Grande São Paulo, foram os locais mais atingidos, além de Itatiba, no interior. Ao todo, foram registradas 19 mortes, 12 feridos e dezenas de desabrigados, causadas por deslizamentos e enchentes.

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