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44% das habilidades profissionais devem mudar nos próximos anos, aponta pesquisa

13 milhões de empregos relacionados aos combustíveis fósseis provavelmente serão perdidos, segundo a Agência Internacional de Energia. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Transição climática pode gerar até 103 milhões de novos empregos até 2030

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a transição climática pode originar cerca de 103 milhões de novos empregos – e, ao mesmo tempo, levaria à demissão de 78 milhões profissionais.

Com isso em mente, a consultoria empresarial Boston Consulting Group (BCG), em parceria com a organização Fórum Econômico Mundial (FEM), analisou os impactos positivos e negativos da transição climática para trabalhadores, consumidores e empreendedores em um novo estudo.

Entre os principais achados está o fato de que uma a cada quatro posições profissionais será afetada e que 44% das habilidades profissionais essenciais devem mudar nos próximos cinco anos.

O documento serve como ponto de partida da Iniciativa de Transição Equitativa do FEM e discute como realizar uma transição economicamente equitativa e em quais pontos ela pode gerar desigualdades. Além disso, busca mobilizar empresas e governos para investir em ações socioeconômicas e minimizar riscos.

Transição climática pode gerar oportunidades, mas aprofundar desigualdades

O BCG mostra que diversas dimensões da transição climática podem aprofundar as desigualdades, como a redução no uso de combustíveis fósseis, maior geração e consumo de energia de fontes renováveis e transições profissionais e de empregabilidade.

Ainda assim, também são apresentadas perspectivas otimistas. O setor de energia renovável, que está em rápido crescimento, enfrenta uma lacuna de habilidades: cerca de 36% da força de trabalho desse mercado requer algum conhecimento especializado. Essa falta de mão de obra pode atender a demanda de profissionais e mitigar consequências socioeconômicas da redução no uso de combustíveis fósseis.

Para chegar a essas estimativas, o documento cruzou sete dimensões para uma transição verde com cinco pontos de equidade focados em fatores econômicos. Cada cruzamento apresenta oportunidades e desafios no contexto da transição climática para a economia. Confira alguns dos possíveis cenários.

Abandono dos combustíveis fósseis x Empregabilidade e transição de emprego – 13 milhões de empregos relacionados aos combustíveis fósseis provavelmente serão perdidos globalmente à medida que a sociedade abandona os combustíveis fósseis, segundo a Agência Internacional de Energia.

Ampliação de fontes de energia com baixa emissão de carbono x Acessibilidade a produtos e serviços – Inovações em energia limpa possibilitam que pessoas de áreas rurais ou remotas tenham acesso à eletricidade. Painéis solares em telhados, por exemplo, melhoram o acesso à energia e reduzem a dependência de uma rede elétrica centralizada.

Descarbonização da agricultura e produção de alimentos x Custo de produtos e serviços – As práticas da agricultura orgânica são ambientalmente positivas, mas rendem menos em comparação à agricultura convencional, segundo o BCG. Além disso, podem contribuir para a inflação do preço dos alimentos, afetando a segurança alimentar de pessoas em situação de vulnerabilidade, avalia a consultoria.

Transição para uma economia circular x Acesso a financiamento e investimentos – A transição para uma economia circular requer investimentos em design dos produtos, gestão, pontos de reciclagem e logística. Como alguns desses processos podem ter retornos baixos e incertos, empresas mais financeiramente solidificadas serão as primeiras a fazer essas mudanças.

Descarbonização da indústria de bens de produção X Acesso à capacidade – Grande parte das inovações em tecnologias de baixa produção com baixas emissões está concentrada em países desenvolvidos e em um número limitado de empresas. A falta de acesso a essas soluções pode prejudicar países em desenvolvimento.

Acesse o estudo disponível em inglês.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
13 milhões de empregos relacionados aos combustíveis fósseis provavelmente serão perdidos, segundo a Agência Internacional de Energia.

 

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