Levantamento revela crescimento de quase 190% nos investimentos em sustentabilidade no Brasil até 2026
Pesquisa da Amcham Brasil, divulgada nesta sexta-feira (6/9), aponta que 86% das empresas brasileiras projetam um aumento na busca por financiamento sustentável nos próximos dois anos. Apenas 6,9% das empresas acreditam que a demanda permanecerá estável e 3,4% preveem uma redução.
O estudo, que teve a participação de 120 empresas, também prevê um aumento de 190% nos investimentos em projetos sustentáveis, alcançando a cifra de R$ 20,4 bilhões.
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As atividades para as quais há maior busca de financiamento para projetos sustentáveis são os de energia (21,4%), indústria (20%), tratamento de resíduos (15,7%) e agricultura e florestas (14,3%). Para medir o impacto ambiental dos projetos, as principais métricas utilizadas são a redução de emissões (41,9%), a redução no consumo de energia (22,6%) e a compensação de emissões (16,1%).
Uso de financiamento sustentável ainda limitado, mas em crescimento
A pesquisa revelou que 57,9% das empresas ainda não utilizam linhas de financiamento voltadas à sustentabilidade. Entre as companhias que já fazem uso, a maior parte é de grande porte – sendo que 63,8% indicaram fazer uso de linhas para financiar projetos sustentáveis. O setor industrial lidera a utilização (45,5%), seguido pelo agronegócio (37,5%) e pelo setor de serviços (26,8%).
A maior parte das empresas que implementam projetos de sustentabilidade ainda depende de recursos próprios (28,2%). Seguido por financiamentos de bancos e instituições financeiras privadas (23,1%) e títulos de dívida (20,5%). Apenas 15,4% utilizam recursos de bancos públicos, o que revela uma oportunidade para maior utilização dessas linhas no futuro.
Entre as linhas de financiamento mais conhecidas e utilizadas estão o BNDES Finem – Meio Ambiente e o Finep – Inova Sustentabilidade. As empresas também indicam que essas são as linhas que mais pretendem utilizar, com 21,6% e 20,3% respectivamente.
Obstáculos ao financiamento sustentável
Apesar das perspectivas positivas, a pesquisa identificou alguns gargalos que ainda dificultam a expansão do financiamento sustentável no Brasil.
Os principais obstáculos apontados pelas empresas incluem processos burocráticos (26,3%), dificuldade em oferecer garantias (19,3%), desconhecimento sobre as linhas disponíveis (14%) e custos elevados (12,3%).
Confira a pesquisa na íntegra.
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