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Diversidade e inclusão nas empresas: da política ao impacto real

Diversidade e inclusão são mais do que indicadores de responsabilidade social (Foto: Freepik)

Saiba como as empresas podem transformar políticas de diversidade e inclusão em ações concretas, com resultados reais e impacto positivo

Tornar-se uma empresa verdadeiramente diversa e inclusiva exige comprometimento estratégico, ações consistentes e cultura organizacional aberta à mudança. Mais do que um gesto de responsabilidade corporativa, promover ambientes diversos e inclusivos é hoje uma vantagem competitiva.

Empresas que valorizam diferentes origens, identidades e perspectivas tendem a inovar mais, atrair talentos e se conectar melhor com um público igualmente diverso. No entanto, o desafio permanece: como transformar políticas de diversidade em impacto real?

Tudo começa pelo envolvimento da liderança

Uma política de diversidade só é eficaz quando vem acompanhada de comprometimento da alta liderança. Conselhos e executivos precisam incorporar a D&I na estratégia corporativa, com metas claras e investimentos consistentes. A inclusão não se resume a números – ela se reflete em ambientes de trabalho seguros, acolhedores e abertos à escuta.

Mesmo diante de retrocessos nessas iniciativas em grandes mercados globais, em particular a partir do combate do governo Trump à agenda social nos Estados Unidos,a maioria das empresas brasileiras manteve suas políticas na área. É o que revela a pesquisa Panorama da diversidade nas organizações, realizada pela startup to.gather.

Segundo o estudo, mais da metade (52,8%) das companhias que atuam no país afirmaram que não houve qualquer impacto em suas ações de D&I. Enquanto isso, 6,6% disseram que o contexto internacional reforçou seu compromisso com o tema, ampliando iniciativas e investimentos.

Caminhos práticos para a diversidade dentro das empresas

Criar uma política de diversidade é um ponto de partida, mas não o suficiente. Muitos programas falham porque se limitam a declarações institucionais sem mudanças estruturais. O primeiro passo é o comprometimento da alta liderança: quando executivos e conselhos incorporam D&I à estratégia de negócio, a pauta ganha prioridade.

Essa integração passa por revisar processos internos, como recrutamento, promoção, cultura organizacional e comunicação. É preciso eliminar vieses inconscientes, garantir oportunidades equitativas e criar espaços seguros nos quais todas as pessoas possam se expressar e se desenvolver.

Contratar pessoas diversas é apenas o primeiro passo – é preciso garantir que elas se sintam ouvidas, respeitadas e valorizadas. É importante estimular o diálogo, criar espaços de escuta e implementar políticas de tolerância zero à discriminação. Iniciativas como grupos de afinidade e programas de mentoria são fundamentais para fortalecer o senso de pertencimento.

Investir em treinamentos sobre diversidade, vieses inconscientes e comunicação inclusiva para todos os colaboradores, incluindo gestores, também faz toda a diferença. A educação constante ajuda a construir uma cultura mais empática e a transformar comportamentos e mentalidades ao longo do tempo.

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Por que investir em diversidade é benéfico para as empresas

De acordo com estudo feito pelo Instituto Identidades do Brasil (IDBR), para cada 10% de aumento na diversidade étnico-racial, há um aumento de quase 4% na produtividade das empresas. Além disso, para cada 10% de elevação da diversidade de gênero, há o acréscimo de aproximadamente 5% na produtividade da equipe.

Para cada 10% de aumento na diversidade étnico-racial, há um aumento de quase 4% na produtividade

A pluralidade de perspectivas favorece a criatividade, a resolução de problemas e a adaptação a mercados cada vez mais complexos e globais. Segundo uma pesquisa realizada pela consultoria McKinsey, na América Latina, empresas que investem em diversidade de gênero, raça e orientação sexual tendem a superar a performance financeira das não diversas.

Além disso, consumidores e investidores estão mais atentos a práticas ESG. Negócios que priorizam ações inclusivas fortalecem sua reputação, atraem talentos e se destacam em índices de sustentabilidade e governança. A diversidade não é apenas uma questão ética, mas também estratégica e econômica.

Como medir o impacto das ações de diversidade e inclusão

Assim como outras dimensões do ESG, diversidade e inclusão precisam ser mensuradas e acompanhadas com indicadores claros. Entre as principais métricas estão:

  • Diversidade do quadro de funcionários.
  • Diversidade do quadro de lideranças.
  • Igualdade salarial.
  • Taxas de promoção interna.
  • Índices de engajamento de grupos sub-representados.

O impacto também se reflete em mudanças culturais: ambientes mais colaborativos, redução de discriminação e melhoria da satisfação das equipes. Transparência é fundamental. Publicar relatórios e metas públicas reforça o compromisso e permite o aprendizado contínuo.

Diversidade e inclusão são mais do que indicadores de responsabilidade social: são pilares para construir negócios sustentáveis, inovadores e humanos. Quando a política se transforma em prática, e a prática gera impacto real, empresas deixam de apenas falar sobre diversidade – e passam a viver a diversidade em cada decisão.

Empresas que entendem a diversidade como parte central de sua estratégia ESG estão mais preparadas para lidar com as transformações sociais e econômicas do futuro. Afinal, inclusão não é um projeto pontual, mas uma jornada permanente de escuta, aprendizado e transformação.

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Foto: Freepik
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