Levantamento inédito calcula valor que deve ser pago pelas grandes empresas entre 2025 e 2050
As maiores empresas da indústria fóssil (o setor de óleo, gás e carvão) estão em dívida com as comunidades prejudicadas pela crise climática. Estima-se que o déficit ultrapasse os US$ 209 bilhões. É o que defende o estudo Time to pay the piper: Fossil fuel companies’ reparations for climate damages, publicado na sexta-feira (19) pela revista científica One Earth. O documento traz cálculos sobre os danos materiais causados ao planeta, que devem ser reparados entre 2025 e 2050. A determinação dessa data leva em consideração as emissões realizadas no período de 1988 a 2022.
Entre as 21 grandes empresas da indústria fóssil que constam na análise estão Saudi Aramco, com US$ 42.7 bilhões, seguida de ExxonMobil, Shell, BP, Chevron, Abu Dhabi , Peabody Energy, TotalEnergies, Kuwait Petroleum Corp (veja gráfico). A empresa brasileira Petrobras também aparece na lista com dívida de cerca de US$ 4 bilhões anuais.

Os valores estimados consideram somente os danos materiais causados. As mortes e o comprometimento da fauna e flora – levando algumas espécies à extinção – não foram incluídos nos cálculos.
O estudo foca na responsabilidade que a indústria fóssil tem nas mudanças climáticas e na intensificação de fenômenos climáticos extremos, mas não se limita apenas às comunidades afetadas diretamente.
Confira o estudo completo Time to pay the piper: Fossil fuel companies’ reparations for climate damages.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
- Desigualdade salarial: líderes negros ganham 34% a menos
Entre todos os trabalhadores, brancos recebem 66% a mais - COP30 repetiu erros e revelou contradições da transição energética
Mobilização de povos amazônicos reforçou a centralidade dos povos originários na defesa dos ecossistemas e na denúncia da crise climática - COP30: entre vitrine climática, finanças e resistência popular
Conferência combinou áreas diplomáticas, estruturas corporativas e espaços da sociedade civil, em uma arquitetura que cada vez mais favorece interesses privados - Transição energética justa deve contemplar pobreza e gênero
Com milhões ainda sem acesso regular à eletricidade na América Latina, a transição energética precisa ser repensada com justiça e democracia - Biocombustíveis perdem espaço para petróleo e energia solar
Análise de isenções fiscais e empréstimos do BNDES mostram privilégio de petróleo e importação de painéis solares - Concessões dos parques: deu ruim
Excessos elitistas desacreditam as concessões de praças e parques em São Paulo. Dá para resolver? - Micro e pequenas empresas seguem ignoradas na agenda climática
Quatro em cada cinco negócios operam sem nenhuma rede de segurança financeira contra desastres - COP30 traz avanços, mas abaixo da expectativa
Acordo final inclui metas de financiamento e métricas de adaptação ao clima, mas sem consenso sobre fósseis, desmatamento e minerais - Por que a COP30 não cumpriu a promessa de ser uma “Cúpula do Povo”
Acordos foram fechados, mas elementos cruciais fizeram falta - Como as empresas podem ajudar as cidades
Parcerias público-privadas são um atalho para a inovação urbana mais rápida e efetiva – desde que os interesses da coletividade sejam sempre respeitados
Insights no seu e-mail
Um resumo da revista ESG Insights, além de notícias e outros conteúdos sobre sustentabilidade. Grátis no seu e-mail.
