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ESG deve estar em toda cadeia produtiva, analisa especialista

ESG Forum discute desafios para que empresas incorporem sustentabilidade e fujam do greenwashing

Empresas têm sido convidadas a se responsabilizarem por um futuro mais sustentável. Mas, na prática, como ter um compromisso real com a sociedade e o meio ambiente? Claudia Leite, chief purpose officer da Hilo Estratégia e Propósito, destaca a importância de as companhias incorporarem princípios ESG (Environmental, Social and Governance, em inglês) em toda a cadeia produtiva. Caso as práticas não aconteçam de dentro para fora, corre-se o risco de partir para o greenwashing, ou “lavagem verde”, quando o discurso de sustentabilidade propaga um compromisso enganoso.

Claudia foi uma das palestrantes do primeiro dia do ESG Forum, realizado segunda-feira (29/11) em plataforma on-line. O evento prossegue nesta sexta-feira (3).

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A especialista analisa que muitas vezes empresas “aparentemente verdes” só mostram meia verdades. São ângulos que as beneficiam, mas podem não passar de estratégias de autopromoção. A verdadeira sustentabilidade deve ser transversal e envolver todas as partes interessadas (os stakeholders), afirmou.

Durante a sua apresentação “Comunicação para sustentabilidade”, Claudia explicou que a sustentabilidade não começa na comunicação, mas nos processos internos. Isso não significa, entretanto, que as empresas devem se calar. Se falar muito e fazer pouco é prejudicial, o inverso também é. “A comunicação é importante para que sejam materializadas e compreendidas as ações da organização”, diz.


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A companhia não precisa estar 100% alinhada aos critérios ESG para começar a divulgar sua jornada. “Como não existe empresa perfeita, é importante dar relevância também para aquilo que está por vir. Mais importante que mostrar de onde estamos partindo, é mostrar aonde queremos chegar”, analisa Claudia.

Para não cair no greenwashing, ela alerta que a empresa deve comunicar ações verdadeiras, com comprovações disponíveis, e que tenham compromisso a longo prazo – e não uma campanha isolada, por exemplo. Dessa forma, uma reputação baseada em ética vai sendo construída.

Para quem não sabe por onde começar a agenda ESG, Claudia sugere: “comece de dentro: garanta que seus colaboradores estão sabendo e vivendo a agenda, para que eles se tornem embaixadores.”

Governança: essencial para a sustentabilidade

A governança é um exemplo do que “acontece do lado de dentro e impacta o lado de fora”, define Adriana Fernandes, especialista em ESG da Unbox Capital. Ela foi responsável pela apresentação “Integração ESG – A importância da governança corporativa”, durante o primeiro dia do ESG Forum.

A governança é uma das bases da sustentabilidade empresarial. Ela diz respeito a processos de gestão de uma empresa, garantindo que as ações sejam coerentes com leis, normas e princípios. “Ter uma boa governança ajuda a honrar e perpetuar os valores da empresa”, afirma Adriana.

A especialista apresentou os quatro pilares da governança corporativa, sendo eles:

• Prestação de contas: assumir seus atos diante à sociedade, sejam bons ou ruins.

• Transparência: disponibilizar informações para as partes interessadas, para além das obrigações legais.

• Equidade: oferecer o mesmo tratamento para todos os stakerholders (funcionários, fornecedores, acionistas, entre outros), levando em consideração suas necessidades.

• Responsabilidade corporativa: minimizar as externalidades negativas e potencializar as positivas.

Para as empresas que ainda não possuem uma área ESG estruturada, Adriana analisa que organizar um bom compliance é fundamental. Ou seja, primeiro a companhia precisa firmar uma postura ética, cumprir leis e evitar irregularidades. Com uma boa governança, é possível dar passos maiores.

“Uma vez que você estabelece regras, você garante que as pessoas estabeleçam metas e que a agenda ESG comece a ser incorporada não só dentro da empresa, mas também com seu público de relacionamento”, diz a especialista.

Mudanças climáticas e a responsabilidade empresarial

O compromisso de uma empresa sustentável não é apenas com acionistas ou consumidores, mas com todo o planeta. Giovanna Cappellano, coordenadora ESG do Grupo Sabará, destacou esse ponto durante o evento.

Antes de falar sobre a responsabilidade ambiental (o “e” do ESG) de empresas, Giovanna contextualizou o cenário climático. A convidada falou, por exemplo, sobre a importância do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), instituído pela ONU Meio Ambiente e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) em 1988, a fim de fornecer avaliações científicas regulares sobre a mudança do clima e os possíveis riscos futuros.

Dentre os acordos internacionais sobre o clima, Giovanna destacou o Acordo de Paris, definido pela 21ª Conferência do Clima (COP-21), em 2015. O documento estabelece metas para a redução de gases do efeito estufa, a fim de conter o aquecimento global.

Giovanna, então, chamou à responsabilidade as empresas para se engajar na causa e buscar fontes de energias mais limpas. O carvão e o petróleo, por exemplo, podem ser substituídos por energias renováveis, como a eólica, solar ou a biomassa.

A transição de fontes de energia faz parte da estratégica chamada “mitigação”, que consiste em reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases nocivos para a atmosfera. “Tudo o que fazemos tem ação e reação, mas precisamos entender qual das alternativas possuem o menor custo, ambientalmente falando”, analisa a especialista.

Caso a empresa não assuma o compromisso ambiental, Giovanna expõe alguns riscos que ela corre, como ter sua reputação questionada. “Principalmente se a empresa faz greenwashing, fala muito e faz pouco”, diz. Além disso, corre riscos regulatórios, legais e de mercado, à medida que ações relacionadas a mudanças climáticas são cada vez mais levadas em consideração.

“Se o meu concorrente estiver trabalhando com isso e eu não, vou ficar para trás. A transição para a redução de carbono está acontecendo e vai ser cada vez mais importante”, alerta.

Giovanna lembra que a prática do ESG deve envolver todos os níveis de gestão, o que reforça a união em torno da temática. “Não adianta separarmos o ESG em um departamento isolado. Ele precisa ser trabalhado com o pessoal do administrativo, financeiro, recursos humanos, produção… Nós conversamos diariamente com todas as áreas possíveis da empresa.”

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