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As cinco tendências de ESG do momento, segundo a XP

Confira algumas das previsões publicadas no relatório da XP sobre a pauta ESG (Fotomontagem sobre imagem de Tierney/Adobestock)

Head de pesquisa ESG da XP explica o que esperar da agenda de sustentabilidade e investimentos sustentáveis no segundo semestre

POR MARCELO BAUER

Para onde caminha o ESG? Para frente, com mais empresas conscientes da importância da pauta ambiental, social e de governança para o futuro dos negócios? Ou para trás, com alguns revezes anti-ESG?

Para Marcella Ungaretti, Head of Research ESG da XP, o balanço é positivo e este segundo semestre deve seguir com investidores, empresas e governos avançando nas temáticas da sustentabilidade.

Criada em 2020, a célula de ESG do núcleo de pesquisa da XP analisa dados de mais de 140 empresas. Também realiza reuniões frequentes com grandes players para sentir os humores do mercado – como o roadshow realizado há duas semanas com mais de 20 investidores institucionais no Rio de Janeiro. Esse conhecimento é transformado em relatórios públicos e em indicações para investimentos em várias classes de ativos.

Em seu mais recente relatório, a XP listou cinco principais tendências ESG que vêm sendo monitoradas pelo mercado e que devem continuar a concentrar atenções nos próximos meses. Veja os temas:

  1. Mercado de carbono: caminhos da retomada.
  2. Metais de transição em alta.
  3. Mudanças climáticas (cai a ficha!).
  4. Incentivos à descarbonização.
  5. Foco na governança.

Mercado de carbono: caminhos da retomada

Em 2023, o mercado voluntário de créditos de carbono passou por uma série de turbulências, com um grande questionamento sobre o real valor e qualidade desse instrumento de compensação. Isso levou a uma queda de mais de 20% nos preços e forçou as principais empresas do setor a alterarem seus critérios. Para a XP, apesar dos desafios de curto prazo, a confiança nessa ferramenta continua sólida. “Frente a todo esse escrutínio nos mercados, as certificadoras começaram a rever as suas metodologias”, explica Ungaretti. “Pensando nisso, olhando para o segundo semestre a gente entende que vai ser um momento importante de reconstrução da confiança desses mercados.”

Paralelamente a isso, corre – ou melhor, anda a passos lentos – no Congresso o projeto de lei sobre o mercado regulado de carbono. Votado originalmente no Senado, foi aprovado pela Câmara no final de 2023 com mudanças. Com isso, voltou para as mãos dos senadores, que ainda não colocaram o projeto em votação. “O mercado regulado no Brasil avançando, isso deve respingar de forma positiva também no mercado voluntário.”

Metais de transição em alta

Segundo a XP, os metais de transição estiveram sob os holofotes nos últimos meses, com as empresas aumentando seus compromissos com a diversificação energética para atender à crescente busca de tecnologias de baixo carbono. Ao mesmo tempo em que a sociedade avança no objetivo de atingir emissões líquidas zero, a Agência Internacional de Energia prevê para 2030 um aumento de 3,5 vezes na procura por metais de transição, como cobre e lítio. “Esses metais verdes acabam tendo um aumento de demanda conforme essa agenda avança”, diz Ungaretti. O crescimento da frota de veículos elétricos e das fontes renováveis de energia é o grande vetor para essa nova realidade.

Mudanças climáticas (cai a ficha!)

Os eventos climáticos recentes no Brasil e no mundo fizeram com que o mercado deixasse de pensar nas mudanças climáticas como algo hipotético e passasse a percebê-las como algo do presente (e do futuro). “Isso começou a ser cada vez mais discutido à medida em que os efeitos passam a ser mais sentidos”, diz a executiva da XP.

Com os riscos físicos mais evidentes, as empresas buscam construir planos de adaptação e integrar os riscos climáticos nas análises dos negócios. “Se a gente olha para as empresas, hoje, poucas delas têm de fato um plano extremamente detalhado no que diz respeito ao risco climático, mas elas já entendem que esse é um esforço que vai ser necessário, olhando pra frente.”

Incentivos à descarbonização

Governos ao redor do mundo têm optado por tomar diferentes ações para fazer avançar os planos de redução das emissões de gases de efeito estufa. Isso tem se concretizado em termos de regulamentações mais rígidas, em alguns casos, ou de subsídios “verdes”, em outros. Para o segundo semestre, a XP entende que um número maior de países deve adotar políticas de incentivo, “o que acaba sendo importante para acelerar essa agenda de descarbonização de uma forma mais ampla”.

Foco na governança

Se por um lado escândalos recentes, como o da Americanas, colocam em xeque a governança corporativa, também fazem com que o tema ganhe mais atenção dos investidores. Um cuidado maior com o comportamento dos auditores e uma pressão maior por transparência são duas das demandas frequentes. Outro ponto de atenção tem sido a revisão do papel dos conselhos de administração, com a busca por um perfil mais independente e diverso. “Olhando o filme, essa trajetória tem sido positiva, embora a foto ainda seja muito aquém, dado que as mulheres representam um percentual muto baixo do conselho das companhias listadas no Brasil.”

A íntegra do relatório está disponível para download para cliente da XP.

Fotomontagem sobre imagem de Tierney/Adobestock
Confira algumas das previsões publicadas no relatório da XP sobre a pauta ESG

 

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