Empresas têm até o fim do mês para preencher o segundo Relatório de Transparência Salarial
POR AGÊNCIA BRASIL
As empresas brasileiras que empregam a partir de 100 funcionários têm até o dia 30 para preencher o segundo Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios. O documento está disponível no portal Emprega Brasil, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
A divulgação das informações é uma exigência da Lei da Igualdade Salarial (Lei nº 14.611), de 2023. O texto estabelece a obrigatoriedade de homens e mulheres que executem uma mesma função ou trabalho de igual valor recebam o mesmo salário.
- Newsletter ESG Insights – Grátis: receba um resumo semanal de notícias no seu e-mail.
Relatório consolidado
Com as informações fornecidas pelas empresas, o MTE produzirá um relatório consolidado. Ele será disponibilizado até 16 de setembro para que as companhias reproduzam o conteúdo entre seus empregados e para o público em geral. A empresa que não dê publicidade aos resultados da consulta pode ser multada em até 3% de sua folha salarial. Além disso, outras sanções podem ser aplicáveis aos casos de discriminação salarial, conforme a lei.
Este será o segundo relatório elaborado neste ano. Mais de 49,58 mil estabelecimentos responderam ao anterior. Os dados revelaram que, de forma geral, as mulheres ganham 19,4% a menos do que os homens que exerçam as mesmas funções. Os resultados divulgados em março também apontaram que só 32,6% das empresas que preencheram o documento têm políticas de incentivos à contratação de mulheres.
O valor é ainda menor quando se consideram grupos específicos de mulheres: negras (26,4%); com deficiência (23,3%); LBTQIAP+ (20,6%); chefes de família (22,4%); e vítimas de violência (5,4%). Já as empresas que adotam políticas de promoção de mulheres a cargos de direção ou gerência são 38,3%.
Diferenças salariais
O documento divulgado pelo MTE também mostrou que a remuneração média no Brasil é R$ 4.472. Mas, enquanto homens não negros recebem R$ 5.718 e mulheres não negras, R$ 4.452, os homens negros ganham R$ 3.844 e as mulheres negras, R$ 3.041.
Para a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE, Paula Montagner, a tendência é que o diagnóstico se repita no próximo levantamento, principalmente no que diz respeito à diferença salarial entre gêneros.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
- Conferências sobre o clima: muitas metas e pouco progressoReuniões e documentos cheios de boas intenções se sucedem desde 1972, enquanto seguimos sofrendo com os efeitos das mudanças climáticas
- Projeto de cosméticos sustentáveis assegura renda a comunidades na AmazôniaO Projeto Cosméticos Sustentáveis da Amazônia congrega 19 associações de produtores focadas na extração da biodiversidade amazônica
- Brasil tem chance de liderar diálogo global sobre a questão climáticaCaberá ao Brasil liderar uma cúpula sobre mudanças climáticas que pode ser decisiva em um momento crítico para o planeta
- Lei que regula mercado de carbono no Brasil é sancionadaIndústrias poluentes poderão compensar emissões por meio da compra de créditos de carbono para fins de preservação ambiental
- Desmatamento e perda de biodiversidade são ameaça à segurança alimentarPerda da cobertura florestal provoca um desequilíbrio em toda a cadeia alimentar dos ecossistemas
- Novas regras podem dificultar entrada de produtos agrícolas brasileiros na EuropaLegislação que reforça fiscalização sobre produtos gerados sem respeito ao meio pode dificultar interesses comerciais do Brasil
- Democratizando a felicidade no trabalho: revendo a escala 6×1Esquema de trabalho 4×3 ainda é um privilégio de uma elite corporativa, enquanto maioria enfrenta longas jornadas
- Projeto de mercado de crédito de carbono volta à CâmaraCom a aprovação no Senado com mudanças, texto retorna para nova análise dos deputados
- Novo plano de restauração pode deslanchar o Código FlorestalAté 2030, o Brasil pretende restaurar 12 milhões de hectares com a implementação do Código Florestal pelo Planaveg
- Capital do ouro ilegal resiste a operações contra o garimpo na AmazôniaAs operações contra o ouro ilegal levaram à revolta dos garimpeiros, que tentam retomar a atividade